terça-feira, 22 de janeiro de 2008

a day in the life

8:00am
Assino meu ponto, vou pra minha mesa, separo alguns documentos e vou à copiadora.
Na volta e ainda com sono, não posso deixar de notar o desespero de uma senhora de uns 50 anos, no máximo. Ela caminha em direção à recepção, amparada por um rapaz de uns vinte e poucos anos, que deduzo ser seu filho. Ela chora descontroladamente, e balbucia algo como "Ele estava segurando a minha mão! Como Deus fez isso comigo??" Passo em frente a UTI, e vejo um corpo coberto pelos lençóis ser retirado. Ligo os pontos e imagino o que aconteceu com aquela senhora da recepção.
Sigo triste, quieta, pensativa e me sentindo impotente.

2:00 pm

Indo pro RH, passo pela maternidade e vejo um outro rapaz, com os mesmos vinte e poucos anos sair de lá. Com toda a energia do mundo ele tira o celular do bolso e grita pelos corredores:
- Mãe? Mãe, nasceu!!! Nasceu, mãe! Ela é linda! Toda enrugadinha! Quase não tem cabelo. Você tinha que ver, ela parou de chorar quando me viu! Ela tava de olhinho fechado, mas eu sei que ela me viu! Foi lindo! Mãe, ela é tão pequenininha! É surreal! É um pedaço de mim!

Um comentário:

Sabrina Rocha disse...

A vida é assim mesmo... começo, meio e fim.