sábado, 29 de dezembro de 2007

o amor nos tempos do cólera

E então eu fui assistir O Amor nos Tempos do Cólera. A versão do Mike Newell para o romance (lindo) do Gabriel García Marquez.
É bom? - a pergunta que todo mundo me faz, sabendo que eu adoro o García Marquez, e sabendo que esse pra mim é um dos melhores romances ever. Olha, é difícil dizer se gostei. Tudo é tão pessoal pra mim, que fica difícil ter uma opinião fria sobre o assunto.
Ok, vamos por partes. A fotografia é linda. A luz é exatamente como eu pintava ao ler o livro. O elenco é muito bom. A Fernanda Montenegro, que muita gente falou mal, pra mim está sublime como a mãe superprotetora, triste e solitária. Ela se entrega tanto à personagem, que comove. Ninguém poderia fazer Transito Ariza tão bem quanto ela. Ainda no clã dos Ariza, tem o Javier Bardem, que dispensa qualquer apresentação, e que de novo está num papel que parece ter sido feito sob medida. Incrível como ele acerta a mão, ao deixar Florentino Ariza não como um babaca rejeitado, retardado mental, ou galinha safado. Simplesmente um homem entregue a somente um único amor e vazio a qualquer outro. Um homem que respeita as mulheres e não as ilude. Bardem tomou para ele o olhar de Florentino Ariza. Hipnotizante. Já o Benjamin Bratt é um cara que eu nunca tive muita empatia. Achava-o canastrão até. Mas como o sedutor Juvenal Urbino, posso dizer que encaixou-se bem. Deu vida a um personagem que é meio o antagonista da história, e deu-lhe uma empatia tão grande, que o público chega a se dividir entre os dois.
Agora a tal da Giovanna Mezzogiorno (que eu nunca ouvi falar), olha, parafraseando Anna Toledo: essa não engana nem como atriz ruim. Achei fraca a atuação dela. Fermina Daza deveria ter sido feita com muito mais alegria, com muito mais vivacidade. Afinal foi isso que fez os dois homens se apaixonarem por ela. Foi isso que fez Florentino Ariza esperá-la por cinquenta e um anos nove meses e quatro dias. E não aquele olhar de peixe morto, aquela falta de tempero. Enfim, deixou a desejar.
Fora isso, a trilha sonora da Shakira é bem bonita. O roteiro eu achei bom. Não ótimo, mas bom. Deixou passar alguns detalhes que teriam feito a história mais coerente. Mas eu entendo que seja difícil filmar um romance como esse, em que mais da metade do texto é dedicado a narrar detalhes da cena, e não ao diálogo, propriamente dito. Mas, ainda assim, de zero a dez, deixo um sete, de lambuja. Dá pra passar, mas não com louvor.

3 comentários:

Rodrigo Rover disse...

Transpareceu mais o alívio de ver q não fizeram merda com tão bela obra do q a satisfação de ter visto um belo filme. Acertei?

Agora, trilha da Shakira? Agora ela é uma "artista" mesmo? Meu Deus, eu morro e não vejo tudo...

Sabrina Rocha disse...

Quero ver o filme e ler o livro...o quanto antes.
Dá uma passadinha no mãe e suas filhas, atendendo a pedidos tem post novo.

Bjo

Ana Néca disse...

o lance a fotografia e luz, senti o mesmo. tem algumas cenas que eu imaginei IGUAIZINHAS as que apareceram no filme! :)