segunda-feira, 12 de novembro de 2007

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Há pouco mais de um mês eu tenho trabalhado num hospital público. Entre a minha sala e o departamento de Recursos Humanos fica a UTI, e logo no corredor fica uma sala de espera improvisada. A partir do meio-dia, começa o atendimento para a visita das 15h. Por volta de 14h a recepção já está abarrotada e as cadeiras enfileiradas no corredor já estão tomadas. Desde que eu comecei a trabalhar, é sempre a mesma rotina. E desde o meu primeiro dia, sempre há uma mulher na fila que me intriga. Ela deve ter não mais que 28 anos. Usa sempre uma calça jeans clara, camiseta branca discreta e os cabelos escuros estão sempre muito bem penteados. Senta-se sempre de pernas juntas (sem cruzar), com as mãos entrelaçadas sobre a coxa. Na mão esquerda um lenço de papel amassado, e um olhar distante. Distante, mas não triste. Vazio. Um olhar de aceitação e resignação que ao mesmo tempo que comove, assusta.

4 comentários:

Endora disse...

ela é um fantasma.
MUUUUUUUAAAAAAAAAH!!!!

=D

Rodrigo Rover disse...

Pq será q a gente sente empatia por esse tipo de gente?

Thaís L. disse...

demais os posts daqui...
cada coisa legal de ser lida :D

Rodrigo Rover disse...

Que desleixo, huh? Logo agora que vc foi linkada em um dos blogs mais lidos do Brasil, huahuahau (eu ia colocar "blogosfera", mas era clichê demais, óbvio demais).

(tum, tum, tum) Oi, rola uma atualizada?